Dia da Baía de Guanabara é destaque no IDG

 

No dia 18 de janeiro, completaram-se 20 anos do derramamento de 1,3 milhão de litros de óleo combustível na Baía de Guanabara. O desastre foi tema de um encontro realizado pelo IDG no Museu do Amanhã que reuniu ambientalistas, pescadores e especialistas no tema. A Baía de Guanabara, que está presente na exposição principal do Museu, é um dos temas da programação do equipamento em 2020.

 

“A Baía de Guanabara é parte integrante do Museu do Amanhã, construído sobre suas águas. Desde antes da inauguração, já fazia parte de nossos planos promover debates e seminários sobre a preservação de sua biodiversidade”, afirma Ricardo Piquet, diretor-presidente do IDG.

 

Mediado pelo jornalista Emanuel de Alencar, editor de Conteúdo e Sustentabilidade do Museu, o debate contou com a presença de Axel Grael, presidente da extinta Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema) na época do acidente, e do Procurador da República Renato Machado (MPF), que atuou durante 8 anos em ações ligadas à Refinaria Duque de Caxias, responsável pelo vazamento. Pescadores afetados pela tragédia ambiental participaram do encontro e protestaram contra a falta de pagamento das indenizações. Além do prejuízo socioeconômico para esses profissionais, o prejuízo ambiental ainda afeta a região.

 

“O óleo impregnou rochas do fundo da Baía de Guanabara e matou a vegetação. Algumas regiões só conseguirão se recuperar ao longo de muitas décadas”, disse Grael.

 

O debate é atual porque os desafios ainda são grandes: somente em 2018, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) foi acionado 21 vezes para ocorrências de vazamentos de óleo na Baía. Pelo menos 11 desses casos estavam relacionados a dutos.

 

"A indústria do óleo e do gás, fundamental para o Rio, tem usado a Baía de Guanabara há décadas, mas lamentavelmente a segurança da população e do ecossistema nem sempre foi tratada com o cuidado necessário. É fundamental um debate sobre novos paradigmas que aliem ecoturismo, resiliência costeira e atividades econômicas diversas", diz o editor de Conteúdo e Sustentabilidade do Museu, Emanuel Alencar.

 

A vida da Baía de Guanabara, dos mares e dos oceanos é um dos macrotemas que vão guiar a programação do Museu do Amanhã em 2020, antecipando as ações da instituição para a Década dos Oceanos das Nações Unidas, que começa em 2021. Presente na exposição de longa duração do museu, no interativo Baías de Todos Nós, a Baía de Guanabara também foi tema de um encontro em outubro do ano passado que reuniu representantes do Museu, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), entidades, organizações e líderes da sociedade civil para a elaboração coletiva de um plano de ação e metas para a Baía de Guanabara e todo o seu entorno. O Observatório da Baía de Guanabara vai utilizar dados públicos para monitorar as condições da Baía e criar propostas para a sua preservação.